domingo, 3 de maio de 2009

Realidade social


"Lá vai a criança sapeca
Levando no bolso apenas suas petecas
E olhando as meninas com suas bonecas

Fazendo carinho em seus ursinhos...
E vê, triste, um caminhãozinho...
Sozinho...
Ele, que queria apenas um carinho
Como o do ursinho,
Mas sentia-se como aquele carrinho...
Sozinho...
Ele queria ser como um pião
Que roda, roda e nunca sai do chão..
Brinquedo que todos gostam de brincar
Sem nunca cansar.
Ou, quem sabe, um trenzinho
Cheio de vagões como amiguinhos,
Assim nunca ficaria sozinho...
Ele quer corda suficiente para atravesar o mundo
Em apenas um segundo...
Quem sabe, até, virar massinha...
Para transformar-se em tudo que quizessem,
Assim, não ficaria mais sozinho este pobre menino...
Mas a margem da sociedade ele segue...
Sem rumo... Sem amigos...
Sozinho..."
(Noah Chiavenato)



Esta poesia retrata a vida das crianças que encontram-se em situações inesitadas da vida, crianças que não tem brinquedos, não tem com quem brincar, ela olha encantada as maravilhas da vida e percebe-se só... Percebe que é desprezada pela sociedade, pois ela não é a criança idealizada pela mesma. É a criança maltrapilha, o marginal que muitos não se aproximam por medo de que possa ser roubado, agredido ou pior assassinado, isso por causa das roupas, mas é só uma simples criança sonhando com o que gostaria de ter, sem pensamentos agressivos, somente sonhos que um dia, quem sabe, podem tornar-se realizade.
Esta é a nossa sociedade, muitas crianças são deixadas de lado porque estão fora dos padrões sociais, sendo que elas não tem culpa de terem nascido em um lar desprovido de recursos, quem sabe sem amor, sem companheirismo familiar.
Estas crianças são pessoas, são humanos como nós e não podem ser deixados de lado somente pelo aspecto malfadado, pelo contrário, era aí que a sociedade deveria abrir os braços e recebê-los, lapidá-los, educá-los.
Temos nossas escolas que pecam pela falta de ensino, pelo descomprometimento da formação de pessoas críticas. Era alí que deveria começar a mudança, mas as escolas nos ensinam a ser reféns do capitalismo, refém de uma sociedade trabalhista. Somos educados para servir e não para pensar. somos educados para desprezar quem está abaixo de nós. Esta escola é quem deveria mudar primeiramente, para que assim possa ocorrer a conscientização do povo. Pois como vai haver consciência se as coisas não mudarem.
Como vamos conseguir enxergar o mundo com outros olhos se não olhamos primeiro para nós mesmos?

2 comentários:

  1. Olá, Noah!
    A sensibilidade rima com consciência crítica.
    Quem faz crítica deve primeiramente fazer autocrítica. Qual o lugar que ocupamos na sociedade? A crítica exige proposições, sugestões, atitudes criativas e solidárias. É muito fácil apontar para o outro corrigir o erro. Precisamos de pessoas de atitude, não é mesmo? Nos apropriamos do conhecimento para construirmos esse espaço de mudanças com o outro, participando no sentido de co-oper-ação (pensar e agir em conjunto).
    Gostei demais de encontrar essa postagem. Sinônimo de atitude, iniciativa e muita vontade de mudar. O assunto é polêmico, muito bom. Parabéns!
    Maria do Rocio

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    1. Oi Rocio! Olha só o que revivi hoje... lembrei do blog que criei enquanto era sua aluna e vim verificar se ele ainda existia... Para minha surpresa ele ainda está ativo!! Encontrei várias respostas suas às minhas postagens!
      Acho que vou recriá-lo, agora com mais prática profissional como uma maneira de ajudar algumas professoras que ainda estão perdidas no meio da inclusão.
      Obrigada novamente por ter me incentivado! Vamos em frente!

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